sábado, 8 de maio de 2010

As grandes decepções das Copas


Nem sempre o melhor vence. Um dos clichês do futebol tem três representantes de peso na História das Copas do Mundo. Eu só ouvi falar muito, vi em fotos ou em retrospectivas de vésperas de Mundial e é impossível negar a importância deles e a decepção causada. Há três jogos que só confirmam, qualquer que seja o resultado, que o bom futebol nunca é esquecido.

O primeiro foi em 1954, na Suíça. O badaladíssimo time da Hungria, do craque Puskas, chegou ao Mundial como favorito e invicto há 26 partidas. Venceu seus primeiros jogos de goleada, passou pelo Brasil por 4 a 2 nas quartas de final. Na semi, a final antecipada, como disseram, contra o atual cmapeão Uruguai só terminou na prorrogação após o empate em 2 a 2. No tempo extra, os húngaros venceram por 2 a 0. A taça estava garantida. Puskas voltava ao time contra a Alemanha Ocidental, que havia sofrido goleada da Hungria na primeira fase. Mas o tal sobrenatural de Almeida, de Nelson Rodrigues, resolveu entrar em campo. Em apenas nove minutos, Hungria 2 a 0 (Puskas e Zoltan), o que parecia liquidar a partida. Mas apenas outros nove minutos foram necessários para o empate alemão. E, aos 30 do segundo tempo, o milagre de Berna se concretizou no gol de Rahn.



O segundo veio 20 nos depois, na Alemanha Ocidental. Eles, de novo, pregaram uma surpresa no futebol. O carrossel holandês comandado por Cruyff e dirigido por Linus Mitchell encantava os fãs com o futebol moderno e total. Na segunda fase, os holandeses se classificaram para a final sem tomar um único gol. Já os alemães, só conseguiram chegar à decisão no último jogo contra a Polônia. A taça mais uma vez parecia ter dono certo. Mas, em casa, com Beckenbauer e Breitner à frente e Sepp Maier defendendo tudo no gol, a Alemanha Ocidental mostrou sua força. A Holanda, no entanto, abriu o placar de pênalti aos dois minutos, com Neeskens. Os alemães empataram também de pênalti e viraram ainda no primeiro tempo, com Muller. Para a história, o bicampeonato da Alemanha. Já o carrossel ficou somente para a história.

O terceiro caso marcou profundamente o futebol brasileiro. É quase senso comum, que após a tragédia do Sarriá, na Espanha, por aqui a arte foi substituída pelo pragmatismo. A verdade é que a seleção brasileira de Telê Santana, com o craque Zico em sua melhor forma, perdeu um jogo que ninguém esperava. Depois de campanha irretocável na primeira fase, o meio-campo com o Galinho, Sócrates, Falcão e Éder encantou o mundo com golaço atrás de golaço. Mas ninguém contava com Paolo Rossi no meio do caminho. Precisando de apenas um empate contra a Itália para chegar às semifinais, o Brasil falhou na defesa, mas o ataque compensava. 2 a 2, placar favorável, e era só segurar o resultado. Mas um time com tal ímpeto ofensivo quis a vitória e pagou caro com o gol de Rossi, a derrota e a desclassificação.

Tatiana Furtado

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